Catedral de Brasília: Do abissal ao solar

Conceição FreitasArquivo Pessoal
Conceição Freitas
Brasília, 28 de Março de 2016
Conceição Freitas traduz em letras e poesia uma das obras mais simbólicas de Niemeyer no Distrito Federal - a Catedral de Brasília. Por Conceição Freitas

Inovadora e transgressora, Catedral de Brasília vai completar 46 anos.
Uma das peças mais importantes do acervo de Oscar Niemeyer, a obra de arte da arquitetura religiosa reúne em um só prédio as origens do cristianismo e a devoção dos tempos atuais e de um futuro incerto.

Do abissal ao solar, do subsolo à superfície, das trevas à luz, da perdição ao encontro, são esses os passos que levam o visitante da entrada à nave da Catedral Metropolitana de Brasília, uma das peças mais importantes do acervo arquitetônico de Oscar Niemeyer. O túnel negro sai em declive desde os pés dos apóstolos até o clarão de fé que revela a paisagem sagrada e aquece o coração dos cristão e, por certo, dos ímpios.

Vista do alto, a Catedral é uma estrela espatifada, para usar uma expressão de Clarice Lispector na crônica que tão agudamente revela Brasília. Vista de longe, seja da L2 Norte, seja da Rodoviária, ou do Eixo Monumental, a Catedral é uma flor de concreto e vidro. Se os dias são brilhantes como os de maio, os 16 pilares entremeados de vitrais parecem tremer como um devoto à espera do milagre.

O texto é da Conceição Freitas. E foi resgatado pro Silvestre Gorgulho para a página "Memória de Brasília".


As primeiras fotos da construção foram garimpadas por Gilberto Teixeira . A foto auriverde é de Silvestre Gorgulho (durante a Copa-2014), a de céu azul é do Ed Alves, e a última é da Aureliza Batista Correa, com o arquiteto Carlos Magalhães, responsável pela construção, explicando ao Silvestre Gorgulho como foram feitas as 16 colunas. 
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