Operação: Vida.

Basília RodriguesArquivo pessoal
Basília Rodrigues
Brasília, 02 de Abril de 2016
Basília Rodrigues é uma jovem e bem humorada repórter da CBN de Brasília. Aqui ela brinca com a Lava Jato e com a vida. Por Basília Rodrigues

A Lava Jato me pegou. Ela chegou até mim. Já temos a mesma idade: 27 fases. Não para, não para não.

Agora farei uma série de comparações sem sentido. Acompanhe:

Aos 7 anos, eu cantava, dançava e já tinha vencido o Juízo Final. Foi aos 5. Minha mãe discordou da professora e me colocou numa turma com crianças mais velhas. Aos 9, eu fazia muita coisa do Meu Jeito. Mas não era tão precoce a ponto de entender Que País É Esse aos 10 anos. Se para alguns A Origem chegou aos 11, pra mim foi aos 12.

Lembro tão bem dessa idade. De como passei a me sentir mais independente, inclusive, quanto ao meu senso crítico já não tão ligado ao dos meus pais. Comecei a estudar também à tarde, conheci outras pessoas. Alguns dos meus melhores amigos estiveram comigo aos 14. Nadava. A essa altura, já sabia que nem tudo era Erga Omnes, nem tudo Vale Para Todos.

Os 15 chegaram com festa. Idade perfeita. Tipo, uma Conexão, sei lá, nada de Mônaco mas... a foto do book está na parede até hoje. A faculdade veio aos 16. Uma palavra para explicar: Radioatividade. De Pixuleco em pixuleco, me diverti, aprendi, mudei. Chegaram os 17, primeiro emprego. Novidades. Responsabilidades. Erro. Acerto. 18, simbólico. O pensamento realmente amadurece com o tempo.

Aprendi a dirigir com 19, dirigir direito só depois. Muitos sentimentos e impressões entraram num processo de Corrosão. Já era a 20* fase. Aos 21, reorganização. Novas paixões. Aos 22, compreendi o que já era uma realidade, o meu Triplo X: minha avó, minha mãe e minha irmã. Judiciário é amor. Política é amante. Da-na-da!

Com 23, passei a ter certeza de que viajar é comigo mesmo! Naquele ano, teve Acarajé. Teve muito mais: tortilhas, quilmes, maple syrup, cachorro quente especial, croissant, lagosta. Aos 24, Alethéia, amigos se foram, amizades vieram. Verdade e realidade. 25, demais! 26, uma das melhores idades. Nada de Xepa. 27: Carbono. Sou uma cópia do que sempre quis ser.

Mas não parou. Tem mais. Publicarei antes do Japonês me acordar dizendo que já é 28. Pra mim, só em julho. Tô com 27 e a Lava Jato também, nunca mais isso irá se repetir. 

Basília Rodrigues é jornalista, em Brasília. E neste texto faz uma deliciosa brincadeira em que as fases da sua vida se "assemelham" aos nomes dados às (até aqui) 27 fases da Operação Lava Jato, que desvenda o mais devastador esquema de corrupção da moderna história do Brasil. 
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