Rita conta Brasília

Os 21 cientistas da missão Cruls, em foto tirada durante a expedição.Reprodução da TV
Os 21 cientistas da missão Cruls, em foto tirada durante a expedição.
Brasília, 25 de Abril de 2015
Na semana em que Brasília completou 55, a repórter Rita Yoshimine comandou uma série de reportagens que traduziu com maestria a aventura histórica do astrônomo belga, Luis Cruls. Ela recebeu o desafio de refazer a Missão Cruls. E deu conta do recado. Rita Yoshimine tem sobrenome nipônico, mas é candanga da gema. Filha de uma maranhense e de um descendente direto de japoneses, que se encontraram em Brasília e aqui fizeram a vida.


Rita estudou jornalismo. E é muito boa no que faz. Faz parte do time de repórteres que zelam pela informação como o Arquiteto cuidou a vida toda dos seus traços. Suas reportagens dão gosto assistir.

Pois, nessa semana em que Brasília fez 55, Rita embrulhou para presente uma história de origem. “Cruls - a missão que marcou a Capital” é um documentário dividido em seis partes, que foi ao ar, sempre ao meio-dia, no DF TV 1ª Edição, da TV Globo Brasília.

Claro que ela não fez tudo sozinha. Quem conhece um pouco da dinâmica da televisão sabe que estamos falando do veículo de comunicação que mais exige “produção”. Uma palavrinha mágica, sem a qual nada seria possível, que raros conseguem enxergar, depois que a reportagem fica pronta. 

Para que a Rita aparecesse no vídeo contando a história do astrônomo belga, naturalizado brasileiro, Luis Cruls, que fincou as primeiras estacas e delimitou o quadrilátero que é o berço da nova Capital, foram necessários seis meses de preparação.


Muito planejamento, dezenas de reuniões, contatos, viagens por terra, pelo ar e pelos rios, longas caminhadas e muitas horas de estrada. Para que tudo saísse como a gente viu em pouco menos de 50 minutos de material editado, um batalhão de gente se empenhou nos bastidores, cuidando dos mínimos detalhes.


Mas Rita esteve à frente da jornada, é o rosto visível dessa pequena multidão de profissionais. E honrou com a sua capacidade e profissionalismo o desafio de bem representar a todos, nos contando um pouco da bela história de 21 cientistas, dos melhores que existiam no Brasil. Naquele distante ano de 1892, se embrenharam no sertão e descobriram uma parte ainda virgem do nosso território, bem onde brotaria quase 70 anos depois a Brasília que conhecemos hoje.

Quem viu na TV deve ter ficado extasiado, como eu fiquei. Quem ainda não viu, não pode perder. A internet está ai pra isso (e no final do texto, vou "amarrar" os links, como Manoel de Barros amarrava a poesia no "rabo do vento").


As imagens do repórter cinematográfico Marcos Silva e do auxiliar técnico Paulo Barros são um primor. A produção de Gabriela Lara, a edição de Carol Manhani, a edição final de Waldinar Junior e Joelson Maia dão o acabamento de luxo que o documentário pede.


Estes são os profissionais que aparecem mais diretamente, mas há muitos outros que emprestam suas qualidade e também contribuem com o sucesso da empreitada. Quem fez a trilha sonora, quem compôs a arte gráfica, quem teve a ideia do projeto, quem, enfim, ajudou a tornar o sonho em realidade, merece todo o reconhecimento pelo esforço e está de parabéns.


Nada disso entretanto seria possível se a informação chegasse truncada ao telespectador. E é ai que entra o texto preciso e, por vezes, poético da Rita. Eu a conheço das lides cotidianas do jornalismo. Já a vi de perto apurando com afinco e persistência a certeza do dado para não errar na informação. O seu estilo é inconfundível e faz a gente acreditar que nem tudo está perdido na profissão. 


Ela (eu desconfio) deve ser dessas pessoas apaixonadas por literatura. Porque só tem bom texto quem lê muito. Rita deve ser uma devoradora de livros. Alguém qcapaz de se emocionar com um pedaço da história dos outros, capaz de descobrir gente digna no ermo da mata, de enxergar os detalhes lindos de uma Lagoa “Feia”. Alguém capaz de construir frases consistentes, como o astrônomo Cruls construiu rotas a partir das estrelas, tem que ser alguém apaixonado pelo que faz.


Os seis meses de dedicação e trabalho da equipe que construiu o documentário (sim, insisto em chamar assim, porque é mais que um conjunto de reportagens soltas) estão plenamente recompensados no resultado levado ao ar. Nós, que assistimos, também. 

Os pais de Rita Yoshimine devem olhar a filha com um imenso orgulho. Essa moça é uma repórter, com R maiúsculo. Uma contadora de histórias da mais alta estirpe.

Obrigado, Rita, por nos desvendar o berço dessa amada Brasília.

Missão Cruls
Parte 1
globotv.globo.com/rede-globo/dftv-1a-edicao/v/conheca-a-historia-da-comissao-exploradora-que-escolheu-o-lugar-da-nova-capital-do-brasil/4122354/

Parte 2
globotv.globo.com/rede-globo/dftv-1a-edicao/v/confira-a-segunda-reportagem-da-serie-cruls-a-missao-que-marcou-a-capital/4125109/

Parte 3
globotv.globo.com/rede-globo/dftv-1a-edicao/v/missao-que-marcou-a-capital-chega-ao-primeiro-ponto-para-a-demarcacao/4127758/

Parte 4
globotv.globo.com/rede-globo/dftv-1a-edicao/v/membro-da-missao-cruls-relata-aventuras-e-saudades-de-casa/4130405/  

Parte 5
globotv.globo.com/rede-globo/dftv-1a-edicao/t/edicoes/v/cientistas-da-missao-cruls-se-encantam-com-beleza-dos-rios-e-plantas-do-cerrado/4133188/  

Parte 6
globotv.globo.com/rede-globo/dftv-1a-edicao/t/edicoes/v/missao-cruls-e-conhecida-tambem-fora-do-brasil/4135482/
comentários operados peloDisqus

Veja Também